Convênio vai reflorestar áreas degradadas do Parque do Conduru

Reflorestar 30 hectares de áreas degradadas do Parque Estadual Serra do Conduru até o final de 2008, é o principal objetivo do convênio assinado, ontem (26), entre a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh) e o Instituto Floresta Viva, organização sediada no município de Ilhéus.
A iniciativa integra as ações do Programa Floresta Bahia Global, lançado em junho pelo governador Wagner, para neutralizar as emissões de gás carbono, nas viagens oficiais realizadas pelas aeronaves do estado até 2010.
Para descarbonizar as viagens do governador, foi feito um cálculo do número de hectares de floresta nativa, necessário para seqüestrar o volume de gás carbono emitido e, com base nessa proporção, estimado o número de mudas a serem plantadas e cultivadas para atingir o grau de neutralização, o equivalente a 30 mil mudas. As projeções foram feitas pelos técnicos da Superintendência de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação da Semarh, com base nos cálculos realizados por consultor certificado internacionalmente.
Além de diminuir os efeitos do aquecimento global, o convênio pretende gerar emprego e renda para mais de 20 famílias da região, com a produção e o plantio das mudas. Segundo o diretor do Instituto Floresta Viva, Rui Barbosa da Rocha, os pequenos produtores vão coletar as sementes, produzir as mudas, desenvolver o plantio e ainda serão responsáveis pela manutenção da área restaurada. “A meta é trabalhar com 100 famílias e recuperar mil hectares de áreas degradadas até 2009”, afirmou Rocha.
O Floresta Viva tem o objetivo de conservar a natureza da região, promovendo o desenvolvimento econômico e a produção orgânica de frutas e hortaliças para o mercado local, contribuindo para a implementação das unidades de conservação existentes no sul da Bahia. O convênio tem o apóio técnico-científico da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), na identificação das árvores matrizes, que vão produzir a semente e no acompanhamento do processo de regeneração da floresta.

Parque do Conduru

A área é um importante centro, em nível mundial, de diversidade de espécies de vários grupos taxonômicos, como os primatas, répteis, formigas e uma variedade de outras plantas e animais. Em inventário biológico recente, botânicos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e do Jardim Botânico de Nova York obtiveram um dos maiores registros de número de espécies de árvores por hectare, totalizando 456, incluindo 15 espécies novas para a ciência, em uma única área pesquisa.
O parque ainda protege importantes bacias hidrográficas, que abastecem os municípios de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, abrigando nascentes de 30 rios e riachos, além de representar um dos mais importantes blocos de remanescentes florestais de Mata Atlântica, totalizando uma área de 9.275 hectares.

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