Restauração Florestal
Desde a sua fundação, o Floresta Viva busca atuar em rede a fim de aumentar o impacto de suas ações. Em 2009, assinou o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, movimento nacional de organizações públicas e privadas para proteger o que ainda resta deste bioma na costa litorânea.
O Floresta Viva também está comprometido em contribuir com a meta do governo brasileiro de reflorestar 12 milhões de hectares até 2030 (compromisso assumido na COP 21, em Paris). Enquanto estudos direcionam mais claramente como evitar o desmatamento sem comprometer o desenvolvimento econômico, faltam ainda informações de quais são as abordagens mais eficazes para o reflorestamento. Isso é importante, pois comprovou-se que uma floresta em desenvolvimento têm potencial maior de sequestrar carbono do que florestas maduras, ou seja, contribui mais para mitigar os efeitos do aquecimento global.
Plantio de mudas nativas para recuperação de área de restinga
O projeto consistiu na execução de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), entre os anos de 2019-2023, e teve como foco os remanescentes de vegetação ainda existentes, a restauração de áreas de preservação permanente e das fronteiras naturais da Fazenda Arandis, localizadas na Península de Maraú.
A área onde foi executado o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) se localiza em Saquaira, com uma extensão total a ser recuperada de 9,69 hectares, distribuída em três áreas do imóvel. A Fazenda Arandis conta com 54.458 hectares e, de acordo com o Plano de Trabalho estabelecido, constituirá 20% de reserva legal, que inclui áreas em processos de regeneração e áreas de campos de restinga.
As atividades realizadas no ano de 2023 estiveram voltadas para a manutenção contínua da área (roçagem e adubação), e para o plantio de 300 novas mudas de árvores compatíveis com o solo da região.
O PRAD proposto para ser desenvolvido na Fazenda Arandis teve desde seu início um caráter experimental tendo em vista as características muito hostis ao florescimento de vegetação, pelas características do solo da área em questão, que se configuram como uma restinga herbácea, na maioria do terreno focado para a reserva legal, com faixas de espécies arbustivas e arbóreas.
Os resultados alcançados ao final do ano de 2023, com a finalização do projeto, destacam o ganho de conhecimento sobre a localidade, as características da vegetação e do solo, as condições climáticas e a dinâmica de sucessão vegetacional deste ecossistema, muito particular, se comparado à realidade das florestas ombrófilas densas do interior do Sul da Bahia.
Avaliando o resultado alcançado no tempo proposto, consideramos adequado a condução de um trabalho de recuperação de área de restinga para um período de 5 a 8 anos, com práticas e orientações induzidas, junto aos funcionários da fazenda.
No ano de 2023 o Instituto Floresta Viva celebrou uma parceria promissora com o Instituto Tamanduá com foco na continuidade da pesquisa e conservação da preguiça-de-coleira do nordeste, integrando ações de reflorestamento de áreas de ocorrência da espécie no litoral sul da Bahia.
A preguiça de coleira (Bradypus torquatus) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, que se encontra classificada como ameaçada de extinção, na categoria vulnerável (VU) pela IUCN (Chiarello et al., 2022). A principal ameaça identificada para esta espécie é a perda de área de habitat natural decorrente principalmente de desmatamento ilegal para expansão agrícola e urbana (Santos et al. 2019).
As preguiças-de-coleira são animais estritamente folívoros e se alimentam de um número restrito de espécies de plantas. Estudos realizados (Chiarello,1998) apontam que 99% da dieta desses animais consiste de folhas de 21 espécies diferentes de árvores. Dentro deste contexto, o Instituto Floresta Viva, organização que possui 20 anos de experiência e atuação no litoral sul da Bahia, colabora com esta parceria através da produção de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica identificadas como integrantes da lista de preferência da preguiça de coleira e de ocorrência na área de atuação da organização.As mudas produzidas foram doadas para paroprietários de áreas rurais, para serem plantadas na área de incidência do corredor ecológico Esperança-Conduru, que se estende de Itacaré a Ilhéus, região esta que constitui um importante mosaico de paisagem preservada nesta porção de Mata Atlântica do litoral sul da Bahia.
Durante o ano de 2023 foram doadas um total de 700 mudas, direcionadas a áreas de restauração e agroflorestas para aumentar e preservar o habitat da preguiça.
“ Nossa meta é reflorestar
12 milhões de hectares até 2030”
(compromisso assumido na COP 21, em Paris)